quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Crónica no Jornal Opinião Publica II

UM ORÇAMEMTO DESIGUAL

A Câmara Municipal aprovou, na passada semana, o plano e orçamento para 2010 assim como o plano plurianual 2010- 2013. Para o Presidente Armindo Costa este orçamento aposta forte na Educação, nas vias rodoviárias e no ordenamento do território.
Sem pretender questionar as intenções do Presidente da Câmara não posso deixar de alertar para as contradições entre as intenções do plano e o que está escrito no orçamento, pois entre estes dois documentos há muitas discrepâncias. A título de exemplo, para que o leitor possa fazer o seu juízo, o plano diz que a Câmara vai construir 14 centros escolares, mas destes 5 não têm nem verba no orçamento, enquanto outros têm pequenas verbas.
A exemplo de anos anteriores, neste orçamento, mais uma vez a Câmara Municipal trata de uma maneira desigual as várias Juntas de Freguesia. Enquanto algumas Juntas têm direito, no orçamento, a centenas de milhares de euros, outras pouco ou nada recebem. O melhor exemplo é o que este orçamento destina a Riba de Ave: uma verba de 7 mil euros destinados a um muro de suporte, “provavelmente para fazer o jeito a um amigo”; retira verbas que estavam no orçamento de 2009, como é o caso dos 20 mil euros destinados ao arranjo do Parque da Fábrica, cujo projecto esteve pomposamente exposta à entrada do edifício da Junta de Freguesia no dia das eleições autárquicas; o Teatro Narciso Ferreira, para o qual o orçamento de 2009 previa uma verba de 600 mil euros até 2012 para a sua recuperação, vai continuar à espera dessa reabilitação, pois o orçamento de 2010 tem reservada uma verba de 100 mil euros (recordemo-nos que valor superior a este já andou orçamentado desde 2004) o que me leva a concluir que recuperação do Teatro Narciso Ferreira ficará para as “calendas gregas”, ou seja, próximo acto eleitoral.
Várias vezes fiz referência ao facto de esta Câmara ter votado Riba de Ave ao abandono. Basta olhar para as Freguesias vizinhas para facilmente verificar que temos andado para traz. Na minha opinião, tal deve-se ao facto de não temos tido uma Junta reivindicativa, que esclareça a população e denuncie o desprezo a que Riba de Ave tem sido votada. Temos tido sim uma Junta fiel ao poder municipal que tudo faz para prejudicar Riba de Ave.
Na passada segunda-feira foi finalmente constituído o executivo da Junta de Freguesia de Riba de Ave, uma coligação PSD/CDU. Entendo-a como uma coligação contra natura, que trai as expectativas de muitos Ribadavenses. Agora que a Junta está constituída não vale a pena “chorar no leite derramado”, é altura de olhar em frente e resolver os problemas que afligem esta terra e as suas gentes. Não tenho qualquer expectativa que o executivo PSD/CDU traga algo de novo para Riba de Ave, pois não me esqueço do mandato 2001/2005 composto pelos mesmos protagonistas, mas espero cá estar para reconhecer o meu erro se esta previsão falhar, porque se tal se verificar é sinal que Riba de Ave deu um passo em frente, e esse é o meu desejo.

Adelino Mota

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